Bebê e adulto
Quando era pequena e via as nuvens no céu, me dava uma certa tristeza e uma certa alegria.
Tristeza porque pensava na morte e que Nostradamus tinha razão: a Terra ia acabar.
Alegria porque simplesmente me sentia bem em poder olhar, sentir a respiração.
Ainda hoje, quando olho o céu com os olhos de criança, tenho a mesma sensação. E ainda me dá medo e também me conforta.
Pergunta: ainda sou criança? O quanto ainda tenho de criança? Em quê medida isso é bom ou ruim?
Como tudo tem dois lados, acho que é bom porque ainda existe alegria, vontade de viver, de acreditar e ruim porque mesmo em tudo isso, há uma espécie de ingenuidade...
Há uma curiosidade e uma preguiça
Há um medo e uma súbita coragem
Há raivinhas e amor
O grande truque talvez seja se reconhecer ainda como criança e, como adulto, saber acalentar esse bebê, que é voce mesmo, e assim fazê-lo amadurecer...