Tô só observando

Tô só observando

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Don't let your dreams go away

Acabei de assistir a um trecho do filme Ziegfield Folies com Gene Kelly e Fred Astaire. Eles brincam um com o outro, dançam juntos, riem juntos, um humor, uma leveza, uma ingenuidade que parece que perdemos hoje me dia. Me vi criança, me senti criança re-assistindo aquela simplicidade tão elaborada e elegante dos dois.

Trabalho árduo da dança, canto e atuação. Árduo e preciso. Preciso como uma agulha tem que ser durante uma operação. Leve e profundo como só o céu estrelado pode ser. Emocionante e sem palavras como só o coração pode sentir.

Existem momentos que nos tocam de tal forma, que falar é impossível. O encontro de dois velhos amigos, que não se vêem há muito, mas que basta um olhar, que o peito já sorri. Quando a cabeça parece vazia e tranquila, que dá um susto na gente. Quando as nuvens parecem pouco.

Sorrio e choro vendo uma cena. Sorrio pela beleza do momento, choro pela emoção que transborda. Sei (imagino) de todo o trabalho necessário para se chegar a um requinte simples, mas acho que somente almas grandiosas (e simples) conseguem isso. Em qualquer área. É lindo poder ver, poder assistir, poder compartilhar, poder fazer a sua parte.

Resta acreditar e labutar por ela.


Read more...

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ouvido

"Sou toda ouvidos", quantas vezes falamos isso na vida? Agora, quantas vezes falamos isso, de verdade, de coração? Eu não sei. Acho que na maior parte do tempo somos todos bocas, só queremos falar, falar e falar!! Não ouvimos. E se outra pessoa chega e começa a falar, a gente não consegue manter o foco na conversa anterior.

Aí penso: isso é reflexo do fato de não nos ouvirmos. O corpo pede para parar de comer doce, porque você já está com dor no estômago. Mas a gente para? Não, não paramos! O corpo pede para deitar mais cedo, mas temos que passar naquele bar, para ver aquele amigo, naquele dia. A gente deitou mais cedo? Não! Aí para piorar, quebramos mais um ciclo de sono, dá insônia e ainda assim, temos que trabalhar.

Não nos ouvimos e temos a pretensão de ouvir o outro. Como? Nunca treinamos em nos ouvir, nas atitudes mais básicas. Para ouvir, é necessário estar aberto, sem julgamento de certo e errado, mais tranquilo e vazio, mas estamos sempre correndo, engolindo a comida, como parar e ouvir? Lembrando de parar. Lembrando de mastigar. Lembrando que seu corpo "fala" com voce e se aprendermos a ouví-lo será um grande passo para aprender a ouvir os outros.

Quantas vezes um amigo nos agradece por termos, simplesmente, ouvido o que ele disse? E a resposta, comumente é: mas eu não fiz nada! Fizemos sim, ouvimos, abrimos o coração e só o que o outro precisava era aquilo, mas estamos tão sós que deixamos de valorizar até isso.

"Você tem 1 boca e dois ouvidos, que é prá escutar mais e falar menos". Verdade. Mas é preciso voltar o ouvido prá dentro, senão perde o sentido.

Read more...

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Estagnação

"Águas paradas, lodo profundo". Imagina isso sendo dito com um sotaque. Sim, é engraçado, mas muito verdadeiro. Tradução: aquela pessoa que fica sempre pensando na vida, no mesmo assunto, girando feito pião, medo de mudar, preguiça de mudar -  acho que isso é mais uma máscara do medo.

É difícil quebrar com os próprios "padrões de comportamento". Realmente. A gente não treinou agir de outra forma, só conhece aquilo, os outros só conhecem aquilo na gente. Só que toda regra tem sua exceção. Acho que se nos colocarmos sempre numa espécie de "berlinda", essa atitude deve ajudar para sermos mais corajosos.

Chamo de "berlinda" aquela famosa consciência de que tudo pode mudar daqui um segundo. Um acidente, uma proposta nova, um terremoto! Só que não trabalhamos com o imprevisível, queremos prever tudo: o namoro, o trabalho, os amigos... E rezamos para que algo novo aconteça. Pergunto-me: e se ficássemos abertos ao inesperado, a maravilha de um abraço e ao horror de um assalto, estaríamos nos movendo internamente?

Creio que sim (espero que sim!) e essa nova abertura, transformando o jeito de olhar, espantaria a preguiça e o medo, não rodaríamos mais como piões e poderíamos, agora sim, rezar por um milagre.

Read more...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Todo mês sangra

Quando era pequena e ouvia a música "Cor de Rosa Choque" da Rita Lee, aquele trecho: "Mulher é bicho esquisito, todo mês sangra", eu pensava: eu não sangro! Pois é, agora, eu sangro: há muito tempo e muito. Alguns homens vão pensar: "ai que nojo", eu respondo: "para mim, nojento é coçar, mas coçar mesmo o saco e arrotar alto". Isso é nojento e falta de educação.

Menstruar é normal, e, me desculpem as super feministas e médicos (a) a minha ignorância, é uma delícia!!!!!.... Quando acaba!! Kkkkkkkkk Minha TPM tem sido uma loucura e o período da menstruação também!!!!! O que fazer? Sim, tratar-se! É o que faço, mas tem algo de divino nisso tudo.

Porque é um ciclo, um ciclo completo do nosso útero, um órgão que nunca vimos, mas sentimos e devemos aprender a compreendê-lo. Ele é preenchido mensalmente por sangue, fica ali, pronto para receber uma nova vida, aí o óvulo não é fecundado e sangramos, como se tivéssemos perdido algo, algo que, no fundo, nunca tivemos.

Ou temos? Porque na realidade não perdemos nada, não precisamos fecundar um óvulo para sermos fecundas em Vida, Criatividade, Amor! É um círculo que presenciamos todo mês, uma preparação para gerar algo novo, aí um esvaziamento, aí uma nova preparação e assim sucessivamente e, não pode ser essa mais uma metáfora da nossa própria vida?

Talvez essa seja uma nova forma de ver, enxergar nossas mudanças corporais, como nossa própria gestação. Mulher é um bicho esquisito e abençoado, que carrega em si a metáfora da própria Vida.

Read more...

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Não Sou Tudo

Reli o Tabacaria, Álvaro de Campos. É o famoso: "Não Sou Nada, nunca serei Nada..." e pensei em fazer uma brincadeira, negando o poema todo, foi aí que começou o nó. Como seria a verdadeira negativa de Não Sou Nada? Não sou Tudo, Sou Nada ou Sou Tudo?

O Não Sou Tudo coloca-nos numa escala mais humilde, talvez mais realista da Vida, onde a pessoa sai da ilusão de que ela é tudo mesmo, onde todos devem satisfazer seus desejos. Sim, também tem o falso humilde, mas isso é conversa para outra hora.

Sou Nada é um tanto derrotista e acaba me parecendo aquelas pessoas que querem elogio o tempo todo, sabe? Mesmo quando ela erra o figurino: "Imagina, você tá linda nesse vestido laranja-ocre e verde abacate"! E fica se colocando para baixo para chamar a atenção.

Sou Tudo também é chato, me irrita profundamente esse pessoal que pergunta sobre você e na hora que você vai responder, a pessoa conta uma história dela que em nada tem a ver com aquilo que você falava anteriormente!

Aí chegamos ao óbvio: Fernando Pessoa era um gênio. Mas pensei: ele é um gênio não só porque escreveu tudo aquilo, mas porque faz refletir a sua escrita em nós até hoje. Quem já não passou por todos esses níveis?  Quem já não percebeu que não é o centro do Universo? Mas também quem já não pensou que fosse? Pelo menos na infância todos nós achamos que somos. E quem já não foi abandonado e se sentiu a pior pessoa do mundo.

Toda vez que leio algo que me encanta, agradeço ao autor. O que vai no coração é difícil ser traduzido em palavras.

Read more...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Inter relacionamento

Outro dia li um texto e a pessoa falava em inter-relacionamento. Acho isso um pleonasmo. Porque se é  relacionamento, isto já é a interligação de 2 ou mais pessoas, ou, quem sabe, o relacionamento de uma pessoa com um objeto, por exemplo, sua casa. Além disso, a maioria pressupõe que relacionamento é só o amoroso. Dito tudo isso, penso que somos pobres emocionais.

A vida de ninguém deveria estar baseada no que seu atual amor pensa; no que a sociedade apregoa, no que nossos pais e amigos acreditam, no que nosso emprego exige. Mas isso é um fato: somos sim influenciados por tudo. Mesmo que acreditemos que somos únicos. Só isto deveria ser motivo suficiente para sermos mais calorosos, menos enraivecidos e brutalizados; mas não é.

Uma pena. Ainda estou muito tocada por São Luís... A família Sarney está lá desde 1956, fez ligações políticas com a Ditadura e o Lula. Quantos mais, nesse Brasil afora, que, independentemente da "pseudo" inclinação partidária, continuam nos tratando como escravos? Reinando absolutos sem que nada seja feito contra eles? Por que deixamos ser tiranizados por um chefe incompetente? Por que aceitamos relações baseadas no medo?

Pergunto-me: é necessário CPI, terapia, questionamento? Sim!!!! Mas é necessário, primeiramente, bom senso, mas nós não temos. Falta-nos a auto-crítica de que somos interligados com nossos relacionamentos, sejam profissionais ou pessoais.

Aí postegarmos relações nada saudáveis, por medo de represálias, por medo de ficarmos sós. Quando, no fundo, ao sermos confrontados com uma situação extrema, pensamos: por que não terminei (terminamos) com isso antes? Teria sido mais fácil, o mal não teria crescido tanto...

Por isso, tentemos semear uma vida diferente, com um coração inquisitivo e profundamente amoroso.

Read more...

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ano Novo, Vida Nova? Simmmm!!!!!

Preguiça imensa me invade nesse início de ano. Tomei decisões, fiz listas, tudo numerado, pronto para ser executado e, e, e, tô que nem trem a vapor, toda hora preciso colocar lenha, senão não ando.

Por que? Se as decisões já estão tomadas e está tudo certo?

Porque uma coisa é você decidir fazer, a outra é fazer. Isso é básico, mesmo que a situação esteja ruim, preferimos continuar com algo que conhecemos a nos lançar no desconhecido, mesmo que este acene para nós, com um futuro bem melhor.

Por isso que as listas de final de ano não dão certo, porque é durante o ano que a vida se desenrola e temos que fazer de tudo para que esse desenrolar seja o melhor que podemos produzir.

Como saber que é o seu melhor?

Questionando-se. Sem dó. Sem piedade de si. Posso fazer mais? Quero fazer mais? De verdade? Como? Difícil, mas não impossível. É levantar de manhã, respirar cada vez mais fundo e levantar, mesmo, erguer a cabeça. E vamos combinar que com esse calor, até isso está difícil.

Esse questionamento é a lenha que tenho tentado colocar, para aprender a olhar para um novo horizonte.


Read more...

  © Blogger templates The Professional Template by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP