Tô só observando

Tô só observando

terça-feira, 25 de março de 2014

Grande Merda

Se pisar na merda significasse ganhar dinheiro, essa semana, eu estava rica! Porque pisei 2 vezes e foi com violência! Parecia aquelas placas que imitavam os sons do Batman e Robin na tevê.

Plof!

Da primeira vez foi na frente de uma loja de bijouteria. Veja como mulher é compulsiva: vi um colar amarelo que de longe parecia lindo e de perto era, digamos, intragável. E aí:

Plof!

Mas eu não afundei o pé na merda. Dessa vez.  Xinguei e pensei: vou receber um dinheiro sabe lá Deus de onde... Eu até agradeci por ter pisado. Aliás de onde vem essa expressão né? E falo isso depois de pisar na merda. É quase uma blasfêmia. Esfreguei o tênis na grama, cheguei em casa, lavei essas coisas. E o barulho na mente:

Plof!

Hoje saio do supermercado, cheia de sacola e acredito que o sujeito crie um potro dentro de casa e não um cavalo. Eu não pisei simplesmente, eu atolei.  Não, estou sendo boazinha,  eu enterrei o pé. Não, não, meu pé nadou, chafurdou na merda. A sorte – ou azar – é que estava de tênis.

PPPPPPLLLLLLLLOOOOOOFFFFFFF!

Fiz um caminho de merda. Sim, literalmente. Todo mundo sabe o quanto escorreguei , quase caí, o quê teria sido engraçado.

Agora, o nosso caminho de vida, os outros não sabem, muitas vezes nem mesmo a gente, quantas merdas a gente já passou. Então, usando esse aprendizado tão bonito essa semana, advindo de forma tão clara e límpida, está na hora de andar diferente, fazer menos merda, mas sem intestino preso!!!!!!!!!


PPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPLLLLLLLLLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFFF 

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quinta-feira, 20 de março de 2014

Que saia o véu

Acabei de ler que "a estupidez sempre insiste", Albert Camus.

Pensei: "Nossa! Como ele tem razão!" Todas as vezes que insisti e insisto em minha vida, dá merda. É o ditado de murro em ponta de faca. Lógico que é necessário bom senso, cada coisa tem seu tempo.

Só que li essa frase e levantei os olhos para a janela, ainda caia a chuva e apareceu o arco-íris. O véu ainda o cobria e agora, ele está ficando cada vez mais forte e brilhante. Ele foi descoberto.

A natureza descobriu o véu da chuva para vermos o que está escondido, basta tirar o véu.

Preciso lavar meus olhos.


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terça-feira, 18 de março de 2014

Dona Benedita

- “Virgem Cruz Maria José!”, disse Dona Benedita ao ver o cachorro morto ao lado do ponto de ônibus.

Ela já tinha visto bicho morto, já tinha ouvido o porco chorar quando seu pai enfiava a faca por debaixo da pata dianteira. Mas aquilo...  daquele jeito... O quê fizeram com aquele cachorro... Isso, ela nunca tinha visto. Parecia que tinha sido atropelado, pela língua de fora e o sangue na cabeça, mas o olhar dele ainda estava vivo e queria contar para a Dona Benedita o quê tinha acontecido.

Mas por que logo ela, meu Deus! Logo ela! Temente a Deus, ia chegar tarde no culto. Será que era o diabo testando sua força de vontade?

Fechou os olhos, fez o sinal da cruz, mas o cachorro chamou. Ela ouviu. Na cabeça. Será que estava louca? Virou-se rapidamente e disse baixinho:

- “O que você quer? Sai de mim, bicho ruim!”

- “É tudo que vocês sabem dizer, sai, sai, sai, bicho estranho vocês homens” Isso ele não disse, mas falou, na mente dela.

- “Mas eu não quero ouvir mais, viu? Chega! Vou embora”.

- “Não vai não, você não quer saber o que houve com o Justino?” falou o atrevido cão.
Dona Benedita, de morena jacarandá, tornou-se lívida como uma cerejeira. “E lá eu quero saber o que houve com o Justino! Morreu de tanto beber!”.

Seus ombros tentaram proteger a dor, fechando o peito, como quem esconde um passarinho. Ele sorriu, maroto, por ter acertado o coração tão doído dela. “Daqui, eu posso ver tudo que vocês homens fizeram. Tudo. Daqui, eu vejo a chuva, a seca, os roubos, os ônibus, carros, bebês, velhos, trabalhadores e bêbados... Posso ver tudo. Todos os podres, de todos. Sou invencível”.

- “Essa é a ilusão dos mortos”, comentou D Benedita, já acostumada com aquele cachorro pedante falante. “O quê aconteceu com o Justino?”

-“Sabia que você ia perguntar... Vocês não aguentam a verdade e inventam uma. Ele foi embora com a Esmeralda, moça mais nova, boba, que trabalhava só para o sustento dele. Ela era uma leoa nova que só servia a um leão. Você já está velha, cuidando da prole de seus filhos ao invés de cuidar da sua aposentadoria. Quem é que aguenta tamanha dedicação ao outro? Ninguém tem esse coração a não ser que receba parte dessa atenção... Mas, você já não via Justino como homem há muito...”

- “Ele nunca teve uma juba tão lustrosa... Não valia o feijão que comia...”

Dona Benedita tinha o olhar fixo, sem piscar, olhando para dentro. E foi lá dentro que ela lembrou. Lembrou de Esmeralda, shorts curto pela rua, a vender Avon. Recordou dos olhares de Justino. Dos arrotos de cerveja, da camisa entreaberta na barriga... Do cachorro de Esmeralda... Ele era o cachorro de Esmeralda! O que sempre latia para ela! Ele era mesmo o demônio!

O cão já não se movia com o sangue escorrendo entre os caninos, como um vampiro que já mordera sua presa. Dona Benedita deu o último golpe na cabeça dele, para que realmente não falasse com mais ninguém. Ninguém precisava saber.


Olho marejado, mas sem brilho, como de um bicho empalhado, foi assim que ela foi encontrada mais tarde pela filha: sentada no ponto de ônibus, com o pau na mão, cachorro morto ao lado e sabedora de seu destino.

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sexta-feira, 14 de março de 2014

Herança

Inherit the Wind, filme de 1960, direção de Stanley Kramer. Ponto Principal: professor é preso porque ensina a teoria darwiniana nas escolas. O filme é sobre o julgamento.

É mais do que isso: o texto é tão primoroso que vai muito além da discussão religiosa e evolucionista. Os 2 advogados, defesa e promotoria, eram amigos, são diferentes e além de estarem em lados opostos no tribunal, também compartilham de idéias opostas, mas pasmem: eles respeitam-se!!!

Hoje em dia, se a pessoa não pensa como eu, naturalmente é minha inimiga.

Não é bom ou mau, é uma questão de princípio... No final das contas, uma questão de liberdade. É necessário estar aberto e ter coragem para ouvir os ideais do outro, porque isso pode tirar nosso chão. No fundo é isso. Aquela comunidade reage daquela forma por pura falta de raciocínio e medo. Ora, mas não somos todos assim? Apesar de nos crermos pensantes?

A fala final entre o advogado de defesa e o jornalista - cético, cínico e ateu - é maravilhosa. Aliás, ele é  interpretado por Gene Kelly, um dos poucos filmes sérios que fez e que eu simplesmente adoro! Muito texto, simples de fazer, interpretações boas e discussões atuais. Vale.

O link do filme não entra aqui, mas tem no Youtube: O Vento Será Tua Herança, 1960






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quarta-feira, 12 de março de 2014

As voltas e a escravidão

Ontem assisti "12 Anos de Escravidão". Gostei do filme, não amei. Essa é a escravidão mais óbvia, a de posse, mas e as outras? Aquelas que sentimos, mas não percebemos? Somos escravizados pelo medo de ficar sem trabalho/emprego, sem namorado/amor, sem amigos/família/solidão. Percebemos? Só de vez em quando, mas preferimos não pensar nisso.

No filme, Solomon, negro livre, recebe outro nome depois que seus sequestradores o vendem, Platt. Quantos apelidos tivemos que não gostávamos, mas que aceitamos só para sermos aceitos? Isso aprisiona e nossa imagem fica presa lá, no passado, junto a um corpo que não existe mais e isso direciona parte de nosso comportamento. Tipo Babu, ajudante gordo da Jeanne (desenho animado), quem teve esse apelido, nossa... Olha... Boa sorte!

Tem os períodos que ficamos presos a uma idéia fixa e ficamos dando volta, pensando a mesma coisa, tendo as mesmas atitudes. Isso não é escravidão? Ficar correndo atrás do próprio rabo? Solomon conseguiu romper o ciclo, mas já não era o mesmo - lógico, situação extrema essa! Mas não é só isso, é a forma como ele viveu tudo isso, fez pensar em mim, na sociedade hoje...

Somos diferentes? Tão diferentes assim?

Sim, as imagens são horríveis, mas vale olhar de outra forma, para tentar sermos menos escravos hoje, porque hoje somos presos de outras formas, muito mais sutis.



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sexta-feira, 7 de março de 2014

Quando as coisas se resolvem


Vi esse quadrinho um pouco escondido numa banca de jornal que compro gibis desde pequena. Vi aquele senhor que sempre guardava os gibis da Turma da Mônica prá mim. Ele sabia que, uma hora, eu iria lá. Hoje, ele está mais velhinho, mais enrugado, mais bonito, mais sábio. Não me reconheceu.

Só hoje li sobre o porre da Vera Fisher. Deixa ela beber!!! Chato isso!!!
A gente policia ator/atriz, mas policiar a vida pública que é bom, nada! Chato isso!!!!

Aí entra outra notícia:
Acham que, se o Joaquim Barbosa se candidatasse, ele seria adversário de verdade!!!

Qual a relação disso tudo com a frase acima, de Rui Barbosa? Hein?!

Que tal se parássemos de ser tão maniqueístas na vida cotidiana, bom/mau, direita/esquerda, drogada/não drogada e olhássemos um pouco pro próprio lado B?

Que tal párar e pensar?!

Chato isso!!!!!!!!

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quarta-feira, 5 de março de 2014

Quando começa o ano?

Todo mundo fala que brasileiro só começa o ano depois do Carnaval.
Uns dizem que é depois do aniversário.
Outros dizem que é no ano chinês.
A verdade é que cada um começa o que quer, quando quer, pode, tem sorte ou algo assim.
Só penso que devemos estar preparados.
Preparados para o que? Para começar. Nunca estamos. Tão pouco para terminar. Por medo, mantemos a situação apesar de falar que queremos mudar.
Mudar dá medo e pode não dar certo. Muitos não gostarão do que verão em você, outros nem vão perceber e outros vão te parabenizar. Só que temos que aprender que nada disso importa, importa a calma que as decisões e transformações trarão.
Agir tranquila, mas veemente; com amor e metas.
Quem sabe, um novo ano começa cada dia que acordamos.

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