Como tá o tempo?
A gente reclama. Nossa, como a gente reclama. E como a
maioria das pessoas não tem o quê falar, reclama do tempo. Sim, nós falamos do
tempo, principalmente quando não temos assunto... “Que chuva hein?” “É mesmo,
não gosto quando chove...” ou “que Sol hein?” “Nossa tá abafado”.
Às vezes acho que o quê está abafado é a nossa alma, que tem
vontade de gritar atrás de tanta reclamação e preocupações inúteis, tipo com o
tempo! Não tem o quê falar? Cala a boca! E sim, me coloco nesse bolo! Quantas
vezes entro no elevador e falo sobre: o tempo... Chata! Fica quieta, pergunta
como está a pessoa ou agüenta aquele silêncio constrangedor do elevador, MAS não
fala sobre o tempo.
Penso que isso na verdade dá uma pista de algo que não
queremos pensar: o TEMPO, sabe aquele que não queremos ver? O tempo de vida da
sua mãe, do seu pai, do seu amigo, mas principalmente, o quê ninguém admite: o
seu próprio Tempo. Não adianta: ateus, católicos, protestantes, agnósticos,
pouco importa o rótulo, nós não escapamos a essa pergunta: qual é o meu Tempo?
E podemos ir além: o quê é o Tempo?
Penso que o Tempo pode ser algo muito maior do quê nós
mesmos, uma espécie de entidade da qual queremos desesperadamente fazer
parte... Mas a gente disfarça, porque é orgulhoso, então fala sobre ele superfluamente,
reclamando, como algo que não tem importância, como se ele não tivesse nos
pegado... E Ele, de forma irônica, deixa a gente falar, na nossa pequenez,
porque sabe que somos D’ele há muito
tempo...
0 comentários:
Postar um comentário