O que acalanta
Assisti o filme sobre Frida Khalo a pouco. Nunca morri de amores por ela.
Hoje, deparei-me com esse quadro. É quase um símbolo. Raízes dos lados, branco/preto, Lua/Sol, colo... E essa mãe, que é ela, que acalanta uma criança adulta com um terceiro olho e ela, por sua vez, é acalantada por uma mãe, que também tem esses lados, com um seio que verte leite. Alguém observa essa mãe.
Mil interpretações, Mãe Terra sendo vista por quem? Deus? E na mesma hora em que essa idéia vem, ela some, porque Frida era comunista. Deus. E mesmo que não fosse, qualquer explicação tira a magia do que é visto, sentido e só depois, pensado.
Duro enxergar o negro em nós, esse lado que a gente se engana e insiste em dizer que não tem. Duro pensar que acalantamos e que podemos ser acalantados. Uma árvore brota de seu chão/coração seco por onde sai o leite, que alimenta e chora. Plantas secas e leguminosas dos 2 lados. Tudo o que deixamos brotar em nós.
Sem falar, ela disse. Sem dizer, ela sussurrou.
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